domingo, 20 de maio de 2012

INCORPORAÇÃO DA CULTURA INDÍGENA NO NOSSO COTIDIANO...

O legado cultural indígena está presente no nosso dia a dia, não só no uso dos utensílios de palha, barro, como nos costumes. Andar descalço, tomar banho de rios, ficar de cócoras, em conversa com amigos, foram elementos incorporados na nossa vivência e o uso da rede de dormir, tão adaptada

ao nosso clima, tornou-se um ícone da cultura nordestina e objeto de grande importância na economia da nossa região. A rede de dormir, para nós sertanejos é, talvez, a herança mais valiosa que recebemos dos povos indígenas, tornando-se uma aliada, com seu balanço, na adaptação do nosso clima.



Uma das maiores contribuições indígenas para a nossa gastronomia foi o uso dos frutos e plantas nativas, como a mandioca, uma raiz que era a base alimentícia de várias comunidades indígenas em diversas regiões, do país, principalmente no Nordeste. E entre os pratos mais populares feitos com a mandioca, a tapioca, que é um bolo bem fino, de formato redondo, se sobressai, como o preferido e mais consumido entre os nordestinos, presente em muitas mesas no café da manhã, tendo seu gosto se espalhado por todas as regiões do Brasil..



Além da mandioca e seus derivados como a farinha, o pirão, beiju, mingau, temos também, como herança vegetal indígena, na nossa área, o milho, a batata doce e vários frutos como mamão, araçá e caju, incluindo fibras como o algodão, piaçava para fabricação de vassouras e um tipo de abóbora para fazer cabaças, usadas para armazenar água ou farinha.


É marcante a influência indígena na Língua Brasileira. No período de colonização e desbravamento do interior, os índios nomeavam coisas do lugar, como a flora e fauna, rios e costumes para os europeus, de sorte que o tupi foi a língua mais falada no Brasil até o século XVIII. O europeu necessitou aprender a língua do índio e apesar do Portugês ser a Lingua oficial, em documentos, o tupi era a língua falada. São muitas palavras indígenas usadas no nosso cotidiano: Listamos algumas.

Cupim (kupi’i): térmita, cupim.
Jururu (provável variante de cururu: sapo): melancólico, tristonho.
Lengalenga (nheenga = fala + nheenga = fala): muita conversa, conversa fiada.
Mocó: roedor da família dos cavídeos; na gíria, casa rústica. Diz-se também da pessoa caipira, jegue, cafona.
Nhen-nhen-nhen (forma apocopada de nheeenga-nheenga, usada nas regiões onde houve influência guarani). O mesmo que lengalenga.
Oi: saudação tupi.
Saúva (Yçá = formiga + aú/aúba = comer): espécie de formiga.
Sururu (seru’ru = mexilhão): mexilhão; revolta, motim.
Tapera (taba = aldeia + puera = o que foi): aldeia abandonada; casa em ruínas.
Tiririca (aimotyryryk = arrastar): planta que se espalha. Diz-se também da pessoa zangada, brava por algo.
Toró (forma sincopada de tororó): tempestade, chuva forte.
Tororó (língua geral?): fonte, bica; conversa fiada.

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